domingo, 29 de março de 2015

POSTAGEM 41: WONDERMAN (WONDER COMICS 1)


Mais um personagem fantástico: Wonderman.
Apesar de ter aparecido em apenas uma revista em toda a história dos quadrinhos, publicada em Maio de 1939, o herói ganhou destaque por ter sido um dos primeiros a ser o protagonista de batalhas judiciais fora das páginas dos quadrinhos, entre editoras rivais.
O fato é que a DC Comics acusou a Fox Features de plágio, alegando que Wonderman era uma cópia descarada de Superman, criado em Abril de 1938.
Coincidentemente, a Fox e a DC ocupavam escritórios localizados no mesmo prédio, na época.
No processo, ficou provado que Victor Fox, dono da Fox Features, contratou o escritório de Will Eisner para criar uma cópia deliberada do Superman. A DC ganhou o caso e Wonderman nunca mais foi publicado.
Anos depois, Eisner confessou que foi contratado para criar uma cópia do Superman. Porém, arquivos recém-descobertos do caso contam outra história: Eisner teria batido o pé, dizendo que criou Wonderman anos antes do Superman, e que tinha se inspirado no Fantasma de Lee Falk.
De qualquer maneira, a revista Wonder Comics mudou de nome para Wonderworld Comics a partir do número 3, onde Eisner introduziria outra de suas criações, The Flame, que será abordado em futuros posts.
Particularmente, notei que esta história foi escrita em dois momentos. Fica claro que inicialmente a intenção de Eisner era criar algo bem parecido com o Fantasma, mas, depois de talvez receber o famoso pedido de Fox, alterou a história inserindo elementos do Superman.
Durante a história, Eisner parece se confundir com os nomes dos personagens principais. Isso mesmo, Brenda Hastings muda de nome no meio da história para Nora. O mesmo acontece com a grafia do nome do vilão e de Fred Carson.
Isso para mim evidencia que a história foi escrita com longos intervalos, ou até mesmo alterada às pressas. De que outra forma explicar que o autor, no caso Eisner, trocaria os nomes dos personagens principais?
Para tornar a leitura menos confusa, mantive os nomes como aparecem pela primeira vez na história.
Boa leitura!














 

2 comentários:

  1. Olá prezado amigo Marcelo...

    Que história incrível essa, hein!! Muito interessante e com muitos pontos que nos mostram como eram as coisas naquela época. Li o livro "Homens do Amanhã" de Gerard Jones e essa história que você conta parece retirada diretamente de suas páginas.

    É interessante notar que a linha divisória entre um personagem e outro foi ficando cada vez mais tênue e bastava dois personagem ter poderes semelhantes para já pensarem em plágio.

    Parabéns pela matéria e pela qualidade da reprodução da história.

    Abraço!

    Marcelo.

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    1. Pois é, meu amigo, a Era de Ouro está recheada de surpresas como essa. Curioso que as editoras que mais se preocupavam em proteger seus personagens contra plágio, visivelmente levando vantagem no campo jurídico sobre as demais, são exatamente as duas que dominam o mercado hoje: DC e Marvel. Um abraço!

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