Em 1948, pelo menos a maioria dos espanhóis simplesmente desconheciam a existência
de Batman. Mas não pense que isso é um privilégio dos espanhóis. Lembremos que
naquela época “desglobalizada”, sem a internet que se tornou vital para muitos,
as notícias e novidades não eram tão difundidas.
Assim, dois jovens decidiram copiar quadro a quadro as
aventuras desenhadas por Bob Kane para seu principal personagem, o Batman.
Assinavam como Julio Ribera nos desenhos e Walter Benson nos roteiros. Isso se
estivermos falando realmente de duas pessoas. Deram à sua cópia o nome de Robin
y el Murciélago (Robin e o Morcego).
Mas então, talvez por cansaço ou por não conseguirem mais
acesso ao material original, os dois “autores” decidiram criar suas próprias
aventuras.
Os espanhóis foram então apresentados às histórias de um
Robin ultraviolento, quase sempre portando uma arma de fogo, que frequentemente
necessitava ser acalmado pelo seu companheiro, Bat... quer dizer, o Morcego.
Isso mesmo, nessas histórias, o Morcego era o mero companheiro
de Robin, o protagonista da revista.
Mas, em algumas aventuras, o Morcego também deixava aflorar seu
lado mais psicótico e caia matando, literalmente, em cima dos bandidos. Chegou
até a lançar granadas de mão sobre eles.
Bob Kane nunca ficou sabendo do ocorrido, pelo menos à época
do plágio. Para ele, talvez, a Espanha fosse um mercado isolado com pouco
potencial. Mal sabia ele o que era feito do outro lado do Oceano.
Estou postando a edição de número 4, que talvez seja a mais emblemática da série, onde Robin porta a famosa metralhadora e enche de balas os criminosos. Todos os cadernos da série terminam com um evento dramático, para que o leitor compre a próxima edição, ávido por saber do desfecho da trama. Assim, infelizmente, vai ficar faltando o final da história, pois caso contrário eu teria de postar todas es edições, e este não é o objetivo do blog.Não tem jeito de não se divertir com essa história. Boa leitura!