Mais um personagem fantástico: Wonderman.
Apesar de ter aparecido em apenas uma revista em toda a
história dos quadrinhos, publicada em Maio de 1939, o herói ganhou destaque por
ter sido um dos primeiros a ser o protagonista de batalhas judiciais fora das
páginas dos quadrinhos, entre editoras rivais.
O fato é que a DC Comics acusou a Fox Features de plágio,
alegando que Wonderman era uma cópia descarada de Superman, criado em Abril de 1938.
Coincidentemente, a Fox e a DC ocupavam escritórios
localizados no mesmo prédio, na época.
No processo, ficou provado que Victor Fox, dono da Fox
Features, contratou o escritório de Will Eisner para criar uma cópia deliberada
do Superman. A DC ganhou o caso e Wonderman nunca mais foi publicado.
Anos depois, Eisner confessou que foi contratado para criar
uma cópia do Superman. Porém, arquivos recém-descobertos do caso contam outra
história: Eisner teria batido o pé, dizendo que criou Wonderman anos antes do
Superman, e que tinha se inspirado no Fantasma de Lee Falk.
De qualquer maneira, a revista Wonder Comics mudou de nome
para Wonderworld Comics a partir do número 3, onde Eisner introduziria outra de
suas criações, The Flame, que será abordado em futuros posts.
Particularmente, notei que esta história foi escrita em dois
momentos. Fica claro que inicialmente a intenção de Eisner era criar algo bem
parecido com o Fantasma, mas, depois de talvez receber o famoso pedido de Fox,
alterou a história inserindo elementos do Superman.
Durante a história, Eisner parece se confundir com os nomes
dos personagens principais. Isso mesmo, Brenda Hastings muda de nome no meio da
história para Nora. O mesmo acontece com a grafia do nome do vilão e de Fred
Carson.
Isso para mim evidencia que a história foi escrita com
longos intervalos, ou até mesmo alterada às pressas. De que outra forma
explicar que o autor, no caso Eisner, trocaria os nomes dos personagens
principais?
Para tornar a leitura menos confusa, mantive os nomes como
aparecem pela primeira vez na história.
Boa leitura!